Naigaron
Capitulo I
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Capitulo II
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Capitulo III
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Capítulo IV
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Capítulo V
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Capítulo V - Despertar Parte 4
Acordei sentindo uma forte tontura. Não sabia exatamente quem eu era ou onde estava. Permaneci olhando para um canto na parede, até que a minha memória fosse voltando. Lembrei de Eduardo, do Condado das Águas, dos Nômades, de Liuk e da minha morte. Foi nesse instante que percebi que não havia morrido. Eu estava em uma cama, pela primeira vez, em muito tempo. A parede parecia a de uma caverna. Olhei para os meus pés e vi que o meu corpo estava com alguns curativos e roupas limpas. Permaneci ainda imóvel, deitada de lado, sem conseguir me movimentar. Estava exausta.
Subitamente uma mão gelada tocou no meu braço e eu gritei, enquanto saltava da cama para o chão com muita rapidez.
- A menina já está acordada! - exclamou uma mulher, muito alegre por me ver reagindo daquela forma. Saiu rápido do quarto, depois de alguns segundos voltou - me desculpe, menina, pedi para avisarem ao líder que você acordou. Estou feliz, cuidei de você todos esses dias! - disse ela. Era quase uma senhora para mim, aparentava ter uns 50 anos. Tinha um jeito alegre e olhar doce. Simpatizei com ela instantaneamente.
- Desculpa… me assustei com a sua mão… - eu disse, ainda testando a minha voz, que saiu um tanto rouca. - A senhora disse que cuidou de mim por alguns dias? Quanto tempo?
- Minhas mãos estão geladas, sim? - Indagou, sorrindo e olhando para as suas mãos. - Eu tento aquecê-las, mas com o frio de baixo da terra, é muito difícil - falou, um tanto perdida em seu olhar. Depois olhou novamente para mim, deu um salto e disse - Ah, mas você chegou aqui faz mais de dez dias. Meu líder trouxe você quase morta, estava com muitos machucados e fraca. Certamente não se alimentava, menina. Vamos, levante, deite novamente na cama, ainda não sei se o líder virá hoje ou quando você estiver recuperada.
Ela me ajudou a me levantar do chão. Me arrepiei com suas mãos frias, mas me senti muito aquecida com o seu olhar. Era uma senhora muito agradável. Suas roupas eram de tons cinza escuros e pretos, com tecidos de diversas estampas. Lembrei do homem assustador na floresta, mas agradeci por não ter morrido e estar finalmente salva. Porém quem será que me salvou daquele homem? Aquele poder parecia invencível!
- Qual o seu nome? - Indaguei, enquanto ela ajeitava um mingau em uma tigela.
Meu estômago cantava de alegria com o cheiro.
- Meu nome é Sole, sou uma das servas do nosso clã!
- Qual o clã desse lugar?
- Esse é o clã do Ron.
- Clã do Ron? - Indaguei, confusa. Nunca tinha ouvido falar antes. Folheei muitos livros na Casa Principal, decorei o mapa que o Liz me deu e nunca visto esse nome.
- Ah, desculpa, menina. Você não é do meu tempo. No meu tempo, meus pais e os pais dos seus pais certamente ainda nos chamavam assim. Hoje nós somos conhecidos como o Condado Oculto.
Meu coração parou como se tivesse levado um choque de alta voltagem! Olhei para ela com a minha boca aberta, como se fosse falar algo, porém nenhum som saiu. Não podia ser! Eu estava exatamente no lugar onde jamais deveria estar! Empurrei as cobertas como se fosse fugir, mas ao olhar para o entorno não avistei nenhuma outra saída além da porta pela qual todos poderiam entrar. Não haviam janelas ou outra possibilidade.
- Acalme-se, menina, Liugh é um bom líder. - disse ela, piscando com muito carinho para mim - Ele tem um gênio difícil, às vezes, mas você parece uma boa menina, ele certamente não se negará em ajudar um pouco mais!
Então aquele homem assustador, com olhos que sugam a vida das pessoas sem precisar tocá-las é o meu maior inimigo? Por que ele poupou a minha vida? Será que desconfia de algo? Comi o mingau sem sentir o sabor, comi apenas porque precisava. Minha cabeça estava girando e sentia a mesma dormência no corpo.
- Mas não perguntei seu nome, menina! - exclamou ela, um pouco atrapalhada com algumas peças de roupa que tirava de um cesto e organizava em um armário muito velho - Me conte! Qual o seu nome e de onde veio?
Nesse momento, eu não sabia o que responder. Qual dos meus nomes eles tinham? Quais as informações sobre mim? Se eu contasse que era do Povo Nômade, poderiam desconfiar, mas se eu contasse que era de outro condado, seria mais fácil ainda de descobrirem a mentira, pois eu só conhecia os Nômades e o Condado das Águas.
- Meu nome é Lau, nasci dentro de uma prisão do Conselho Geral de Naigaron. Meus pais foram mortos pelo Conselho e eu fugi enquanto me enviavam para ser serva do Condado das Águas.
- Então você já esteve no Condado das Águas… - disse o meu grande inimigo, que nos observava da entrada da porta.
As olheiras estavam mais acentuadas que da última vez, mas seus olhos ainda estavam cinzas. Suas roupas permaneciam muito escuras, dando um aspecto muito sinistro. Meu corpo gelou com a voz dele e a cada passo que dava na minha direção, meu coração disparava como se eu não fosse suportar. Será que aquelas informações dadas iriam revelar a minha verdade? Respirei fundo, criei coragem no instante em que ele parou diante da minha cama.
Continua no próximo sábado…
Miriam Coelho |
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