Naigaron
Capitulo I
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Capitulo II
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Capitulo III
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Capítulo IV
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Capítulo V
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Capítulo V - Despertar Parte 2
O dia passava lento. A cada instante, Laura e Liuk se despediam da curta vida que tiveram - tinham certeza de que aquele era o fim. A tristeza e a saudade era dona do coração de ambos.
Ela não conseguia se lembrar de toda a sua vida na Terra com saudosismo, mas refazia os momentos difíceis em que vivera por lá, se soubesse quem realmente era. Imaginava as respostas que daria aos seus colegas de classe que a chamavam de estranha, criava as risadas indiferentes que jogaria para sua família diante de todas as repressões; mas, acima de tudo, imaginava o que poderia ter sido diferente com Eduardo desde o início! Lembrou-se dos momentos em que resistiu aos seus sentimentos, ou ficou indecisa. Poderiam ter sido felizes desde o início. Mas era tarde, suspirou, decepcionada. Não teriam chance de dizer “adeus”. Imaginou o que se passaria na cabeça dele quando soubesse da sua morte. Ela seria o amor que nunca aconteceu ou a irmã que perdeu? Talvez se lembrasse dela assim: “Um dia tive um amor proibido, mas morreu ainda jovem e nunca pudemos viver nossos sentimentos de verdade, mesmo que pudéssemos, era proibido”. E para onde iriam os mortos de Naigaron? Nunca soube desse lado espiritual. Ela estremeceu com a dor. De repente essa ideia foi o que mais a desesperou. Odiava sentir dor, tudo que queria era morrer sem dor! E se encontrasse um penhasco, durante a caçada? Poderia saltar! Realizaria o sonho de se sentir livre como um pássaro, ao mesmo tempo que morreria antes de tocar o chão. Ela precisava encontrar um penhasco. Passara por alguns, mas não sabia o caminho. Precisava dessa sorte.
- Laura, sinto muito - disse Liuk, a interrompendo dos pensamentos - não fui tão esperto assim...
- Eu também não… - disse ela - e sinto que o arrastei para o meu destino… - terminou, desabando em choro.
- Seu destino não deveria ser esse! - exclamou ele - Se as pessoas parassem de acreditar tanto no que ouvem, em profecias ou medos alheios, a vida de muitos inocentes seria poupada.
- Só não entendo por que eu… - tentou dizer entre soluços. Já nem sabia mais o que argumentar.
- A profecia não diz que você destruirá o planeta, diz que o Líder do Condado Oculto a matará e, quando isso acontecer, a Naigaron que conhecemos deixará de existir. - disse ele, como se lesse algo no ar - eu lembro que era exatamente assim que estava escrito no registro.
- Que registro? - perguntou ela, com o rosto molhado. O choro sessara.
- O que temos nos arquivos do meu Condado.
- E esse homem, o Líder do Condado Oculto, realmente existe?
- Nunca encontrei qualquer pista da existência dele ou de tal Condado… Porém se os Conselheiros Gerais não descartam essa previsão, quer dizer que nem eles têm certeza.
Os dois permaneceram mais algum tempo em silêncio.
- Liuk… - disse ela - se houver outra vida, quero ter a chance de amá-lo como merece!
Os olhos do rapaz encheram-se de lágrimas. Nunca deixara de amá-la. Largou toda a sua vida por ela e morreriam juntos. Culpava-se mais que tudo pelo destino iminente. Ambos permaneceram em silêncio, deixando suas lágrimas correrem pelo rosto e secarem com o passar das horas. Laura pegou no sono durante a tarde e acordou quando o sol desaparecia por entre as frestas da cabana. Seu coração acelerou e o frio tomou conta do seu estômago, estava com a ansiedade no pico. O momento estava chegando. Ambos percebiam alguns movimentos ao redor da cabana, os Nômades Bestais se organizavam para a caçada.
Finalmente dois integrantes do clã entraram na cabana.
- Está na hora! - um deles cantou com alegria.
Ambos desamarraram o casal e o arrastaram para fora, onde o grupo se reunia com com suas armas rudimentares. Estavam se alongando, esticando braços e pernas como felinos despertando de manhã. Gritavam de alegria, pois estavam ansiosos pela diversão e o fim do maior medo que assolava Naigaron inteira.
Continua no próximo sábado…
Miriam Coelho |
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