O UNIVERSO CONTA

Naigaron

Capitulo I

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Capitulo II

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Capitulo III

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Capítulo IV

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Capítulo V

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Capítulo VI

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Capítulo VI -  Um encontro com o passado - parte 2

Folheei informações aleatórias sobre a antiga organização do Condado. Muitas instruções sobre o que plantavam na terra, principalmente as frutas de polpa azul, suculentas e deliciosas, as árvores nativas que brotavam água límpida. Suspirei enquanto meus olhos enchiam-se de lágrimas. Tirando as pessoas que conheci no Condado das Águas, o lugar era maravilhoso. Podia sentir o cheiro muito único da natureza, o ar úmido e suave que entrava na respiração, como se fôssemos peixes vivendo na água. Passei algumas páginas até chegar na história das família dos líderes. Eram meus antepassados e todos tinham poderes incríveis, personalidades fortes e estavam sempre prontos para ajudar o povo. Continuei indo de página em página até que encontrei o nome do meu pai.


O filho do Líder do Condado das Águas, nasceu no ano 12.345 depois de F. e seus pais o batizaram de Riuky. Era o mais velho de seus irmãos e desde os 4 anos de idade desenvolveu o dom da cura de enfermidades através da manipulação da água. Conforme foi crescendo e aprendendo a ser o herdeiro da liderança, desenvolveu também a capacidade de negociar com diversas pessoas de todos os cantos do planeta, era inquieto, estava sempre viajando e não aceitava injustiças. Sempre usava as leis de Naigaron para resolver os conflitos internos e externos com o seu Condado.

Logo após seu nascimento, seus pais fizeram um acordo de casá-lo com a filha de uma das famílias mais antigas das Águas, porém ela morreu antes de completar oito anos de idade de uma doença que causava fraqueza nos ossos. Esse acontecimento deixou o futuro líder livre para escolher outro casamento dentro do Contado.

Porém, em uma de suas viagens para negociar com o Condado Bestal, Riuky conheceu a filha do Líder do Condado Espectral, Lianna. O pai dela também era conhecido como o Grande Oráculo de Naigaron, respeitado por todos pelo seu dom raro de ver o futuro e o passado das pessoas - tal poder só nasce dentro da família do Líder do Condado Espectral.

Fechei o livro numa mistura de choque com negação. Então eu não era apenas descendente do Condado das Águas, mas também era neta do Oráculo que queria a minha morte? Aos poucos, fui assimilando todas as informações lidas. Eu era mais parecida do que imaginava com meu pai. Lamentei não ter aproveitado mais meus dias com ele. Mas eu também não tinha ideia de que éramos uma família. Se ao menos ele tivesse me dito... Procurei a página onde parei novamente.

Lianna e Riuky passaram por muitas dificuldades até oficializarem sua união. Seus pais e ambos os Condados eram contra o casal, porém, o casal conseguiu fazer o mundo aceitar a união improvável. Lianna e Riuky foram bons líderes do Condado das Águas, porém por um curto espaço de tempo. Conforme um grupo misterioso de encapuzados com roupas verdes, conhecido como Conselheiros, crescia e incitava a guerra entre os mágicos e não-mágicos do planeta, os conflitos dentro das terras das águas aumentavam. No início dos primeiros confrontos diretos, o casal descobriu que logo teriam seu primeiro filho. A descoberta foi o estopim para os não-mágicos do Condado das Águas expulsarem todos os Mágicos das terras, com ajuda dos Conselheiros. Riuky e os demais magos se negaram a usar qualquer tipo de força, a fim de provar que as especulações dos encapuzados misteriosos eram falsas, porém o plano faliu. Os Conselheiros tinham a habilidade de convencer e manipular as pessoas com suas falas.

Durante as demais batalhas dos sete condados restantes, a filha de Riuky e Lianna nasceu. Seu nascimento foi decisivo na Grande Guerra. Seu avô, o Oráculo, previu que a Naigaron que todos conhecem será destruída, quando o Líder do Condado Oculto encontra-la e matá-la.

- Não conseguiu! - exclamei, alegre, deixando o livro escorregar no chão.

- Quem está aí? - indagou uma voz fria e estridente vinda de outro canto da biblioteca. Eu já conhecia aquela voz! Levantei apressada para olhar e dar de cara com Liugh, no outro canto da biblioteca, com livros em suas mãos. Eu não o percebera entrar em nenhum momento

Me desesperei, pois segurava a história da minha família em minhas mãos. Embora ele soubesse que eu pertencia ao Condado das Águas, o livro contava a história dos líderes. Enquanto ele caminhava em minha direção, joguei o livro na primeira prateleira que vira, soquei o mais fundo possível entre os outros livros, para que não pudesse ser facilmente encontrado por outro além de mim e segui em sua direção pensando no que poderia falar.

- Como chegou aqui? - Indagou ele, visivelmente contrariado.

- E-e-eu sou curiosa... caminhei, caminhei, caminhei até que encontrei esse lugar! - improvisei, sem mencionar Sole - E eu amo livros! Então esqueci da vida no meio de todos eles. E é muito linda essa biblioteca! - desatei a falar, girando em torno de mim - Adoro estar na companhia de livros, já mencionei, não é? - indaguei sem dar tempo de ele responder - Eles são melhores que as pessoas, não acha? Podemos criar mundos, histórias e viver diversas aventuras, sem viajar fisicamente. E posso pertencer a famílias sem precisar renascer e posss...

- Você não deveria estar aqui! - Ele me interrompeu severamente, pegando meu pulso para me forçar a parar de me movimentar. - Se quiser continuar viva é melhor parar de falar!

- Por favor, Liugh! - implorei, tentando me soltar. - Eu não converso com mais ninguém além de Sole. Não tenho nada para fazer o dia inteiro! Só passo minha nova existência observando as crianças do Condado e os idosos que ficam sentados cuidando delas. Eu quero aprender mais sobre Naigaron! - Eu paro de falar se me deixar vir aqui mais vezes - respondi sorrindo, fingindo que não estava assustada. Ele me soltou.

- Não tem problema vir à biblioteca, só não quero encontrá-la quando eu estiver aqui. - resmungou, dando as costas para mim.

- Posso pegar um livro e levar para o quarto?

- Vai! - rosno, esticando o braço em direção às estantes, mas de costas para mim.

Corri até as prateleiras, perambulei pelas estantes até reencontrar meu livro. Escondi-o dentro das roupas enquanto ele estava distraído com sua própria coleção de livros. E puxei outro aleatório sobre a vegetação do planeta para segurar em meus braços.

Caminhei com alegria até a porta. Embora não conseguisse vê-lo como um parente, forcei na minha mente a expressão “meu irmão” de forma ingênua, como se pudesse criar esse sentimento dessa forma.

Quando cheguei perto da porta, ele voltou seu olhar para mim. Eu sorri de forma brincalhona, exatamente como fazia quando estava com meu irmão mais novo no planeta Terra.

- Interessante... - ele disse, como se estivesse me atravessando com o olhar. Gelei. Meu coração disparou. Os olhos dele estavam particularmente mais assustadores e as olheiras mais profundas, dando uma sensação de mistério.

- feche a porta assim que sair. - Ele concluiu, voltando-se novamente para o livro. Assenti com a cabeça e sai correndo, fechando a porta na velocidade do vento.

Continua no próximo sábado…


Miriam Coelho

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
- Ricardo Mendes

COLETIVE ARTS, 07 ANOS DE VIDA,
SENDO A MAÇÃ DE ALGUNS,
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