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Capítulo VI - Um encontro com o passado
- parte 3
Quando dobrei numa curva do corredor, parei de correr e voltei a caminhar, retomando o fôlego. Quase sufoquei, pois prendi a respiração. Olhei para o livro em minhas mãos, na capa, estava estampada a árvore gigante e grossa a qual pertence a região do Condado Oculto. Talvez isso tenha causado a expressão sinistra de Liugh.
Caminhei distraída, sem prestar a atenção na direção em que ia, pensei no Líder do Condado. Eles tinham magia, ele era imensamente forte, por que ainda não tentou ressurgir em Naigaron? Do que se escondiam? Será que o Conselho Geral o venceria em uma batalha, mesmo sem poderes? Se alguém ousasse pisar nessas terras sem a permissão de Liugh, ele poderia aniquilar de longe, apenas com o olhar.
Concluí que o meu passado não era o único mistério. Precisava entender o passado de Liugh também, pois ele tinha um papel importante na minha história. Por culpa de sua existência, eu fui separada da minha família, da vida que poderia ter tido e que jamais poderia fazer parte de mim. Por mais que me dissessem quem eu era, quem eram meus pais, eu ainda me sentia como Laura. Por isso, quando indagaram meu nome, me apresentei como Lau. Eu sou Lau! Não me identificava como Laura e nem como Loah. Minha vida na Terra nunca fizera sentido e minha história com o povo da água fora roubada de mim. Eu não pertencia a nenhum daqueles nomes e seus significados. Eu precisava saber de toda as respostas para as minhas perguntas, só assim poderia seguir em frente com a minha história, a minha verdadeira história.
Quando cheguei no quarto, Sole já tinha deixado minhas roupas de dormir arrumadas. Guardei a roupa do dia na caixa de barro que ficava no quarto e vesti minha roupa de descanso. Apaguei as lamparinas, mas peguei uma pequena para a leitura. Deitei na cama, me cobri e esperei que todo o barulho cessasse. Um longo tempo se passou, eu já teria dormido em dias normais, porém estava muito ansiosa pela minha leitura.
Depois de um tempo, levantei da cama, caminhei sorrateiramente pelo corredor até o salão e confirmei, não havia mais ninguém nas mesas ou conversando em outros cantos. Todos dormiam. Era perfeito!
Corri para o quarto, sentei no chão com as costas recostadas na cama, liguei a pequena lamparina e abri o livro.
Depois da previsão de destruição do planeta, o Grande Oráculo desapareceu, deixando o Condado Expectral sozinho. Os mágicos do Condado foram aprisionados dentro do próprio condado pelos não mágicos, num cativeiro capaz de suprimir seus poderes. Apenas o Grande Oráculo e Lianna eram capazes de corromper a barreira.
Lianna desapareceu de forma misteriosa, assim como seu pai, logo depois. A filha dos Líderes dos Mágicos das Águas foi levada pelo Conselho Geral de Naigaron, junto com o filho dos novos Dirigentes do Condado das Águas para uma dimensão paralela de mesmo nível moral, intelectual, porém sem as energias mágicas que alimentavam o planeta natal das crianças.
Roul e Hannat, os Dirigentes atuais do Condado das Águas perderam dois filhos ao mesmo tempo, pois Anabi, que nascera no mesmo dia de Loah, morreu logo após seu nascimento.
Quando a guerra acabou e todos aceitaram suas novas realidades, a vida no planeta mudou completamente. A instabilidade deu lugar ao controle absoluto. Povos Nômades, oriundos dos mágicos expulsos de seus condados, caminham pelas terras de Naigaron sem fixar morada, pois não podem voltar para o lugar de onde nasceram. Os não mágicos vivem presos dentro dos Condados e recebem orientações do Conselho Geral de Naigaron, que tem sua base fixada no centro do planeta, esperando qualquer sinal de desordem ou conflitos novos.
Perei minha leitura pois as próximas páginas iniciava um mergulho sobre o funcionamento do novo Condado das Águas. informações que eu fora obrigada a decorar na época em que morava lá, mas já tinha esquecido por sobrevivência mental. Era muito chato! O livro pincelou com informações novas, porém ficaram mais perguntas novas. O que aconteceu com o Oráculo e com a Lianna? Também precisava descobrir mais sobre o Condado Oculto. Minhas dúvidas foram interrompidas por uma voz atrás de mim. “Olá!”...
Virei para trás abruptamente, mas no lugar de uma pessoa me deparei com a imagem de um garotinho pequeno, de cabelos prateados, sobrancelhas grossas e um olhar cinza escuro sapeca.
Era como se fosse uma imagem holográfica, pois não era feito de carne e osso, não tinha corpo físico como eu. Ele soltou uma gargalhada inocente, como se quisesse brincar comigo e saiu correndo do quarto. Não pensei duas vezes, o segui correndo. Queria saber quem era.
Ele atravessou o salão, parou duas vezes para me esperar e gritou “vem!”. Continuei correndo em sua direção. Seguimos pelos corredores estreitos, amplos, escadas, passamos pela biblioteca e muitas outras portas até chegar numa imensa escadaria de pedra que subia até uma saída. Do pé da escadaria, olhando para o menino no topo, pude sentir o vento descendo e o cheiro da mata. Aquela era a saída! Subi correndo, meu coração acelerado, não podia acreditar, estava livre novamente! Sairia das garras do meu grande inimigo ilesa e viva.
Cheguei ao topo, parei ao lado do menino, olhando na mesma direção que ele. Meus sonhos foram todos pelo ralo, pois aquela não era a saída. Bem na nossa frente, logo depois de algumas árvores, havia uma clareira e dormindo num sono profundo estava uma imensa criatura, de longas penas coloridas como tons vermelhos, violetas e alaranjados. Era um ser mítico muito mencionado na Terra, mas que fazia parte apenas do folclore e lendas: era uma fênix.
Continua no próximo sábado…
Miriam Coelho |
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