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Capítulo VI - Um encontro com o passado
- parte 6
- Mas não entendi como a Grande Fei e o Nixu podem ser pais do povo mágico, ela é uma fênix e ele um Dragão! - Eu disse, o interrompendo.
- Os primeiros habitantes das terras das águas eram seres mestiços. Seus traços foram se modificando, até que chegamos a esta forma. Além disso, tivemos uma interferência genética no nosso DNA.
- Interferência?
- Um grupo de seres humanos veio parar em nosso planeta, trazido pelos primeiros viajantes que pousaram aqui. Não é segredo que a Terra é muito antiga, dizem que está com sua quinta geração de humanos atualmente. As anteriores desapareceram pela galáxia deixando poucas evidências, a maioria está submersa no planeta. Alguns desses humanos pousaram aqui, conheceram nossos antepassados e ficaram para sempre. Essa interferência genética nos modificou. Por esse motivo, nós temos um atalho entre Naigaron e a Terra, são mundos parecidos.
- Foi por esse atalho que...
- Sim! - ele continuou, parei antes de falar “eu vim” - foi por esse atalho que a filha do Líder dos Nômades das Águas e o filho do Dirigente do Condado das Águas passaram.
- Todos podem acessar esse atalho?
- Não sei. Ele está em algum lugar no meio da nossa floresta. Poucos sabem o caminho, apenas os mais antigos e o Conselho Geral.
Por alguns instantes imaginei o que eu faria se encontrasse o retorno para a Terra. Porém refutei essa hipótese, meu mundo era aquele. Meus pais nasceram em Naigaron e eu ainda queria encontrar minha família novamente.
- Com o passar dos anos e o surgimento dos Condados, todos os antigos desapareceram, restando apenas a Grande Fey. Nixu também partiu para o plano invisível, ao presenciar seus filhos disputando territórios e iniciando guerras, esquecendo-se de que somos irmãos. A nossa mãe se escondeu nessa caverna e vive aqui desde então. Meu povo nasceu e cresceu aqui. Nos separamos do resto do mundo quando percebemos as primeiras ações do Conselho Geral. Ninguém nunca soube da nossa real localização. Para o mundo, vivíamos em um acampamento no pé das árvores cinzas, até que desaparecemos sem deixar pistas. No mapa, nossa caverna nunca existiu, a Grande Fey lançou um encantamento para ocultar essa terra.
- Todos têm o mesmo poder que o seu?
- Não, meu poder vem apenas da minha família. O que você conheceu na floresta só aparece quando nos tornamos adultos. Antes, eu apenas dominava a água e aprendia como curar com ela. - ele respondeu, olhando para um ponto distante na biblioteca. Ficou alguns instantes em silêncio, sua expressão era triste. Aquele foi o primeiro momento em que o olhei de verdade. Me senti próxima de Liugh. Era a primeira vez que conversávamos sem desconfianças. Seus olhos carregavam histórias antigas, eu podia percebê-lo lembrar de momentos dos quais não tivera controle. Senti que éramos iguais, eu também tinha as minhas dores. Nossos olhos se encontraram, não desviei, permaneci imóvel, queria dizer-lhe algo que mostrasse que o entendia! - chega de histórias por hoje, vamos começar o seu treino.
Ele levantou-se da cadeira e eu o segui. Fomos até a moradia da Grande Fey. A Fênix não estava mais lá. Quando olhei para o céu, vi sua calda sobrevoando nós.
- Ela ainda voa para caçar. Não se preocupe, depois dessas árvores, só tem mar. Ninguém pode avistá-la - ele respondeu, como se lesse meus pensamentos. Olhei para ele novamente, estava curiosa, ele podia ler mesmo meus pensamentos? Se pudesse ler, sabia quem eu realmente era - vamos começar - ele disse.
- Acredita mesmo que eu tenho poderes?
- Você acredita mesmo que não tem? - disse em tom de divertimento, depois voltou ao seu olhar sério - Primeiro, feche os olhos e se concentre em si mesma. - eu fechei meus olhos - respire fundo e se concentre apenas no que está escutando - eu podia escutar o vôo da Grande Fey, conseguia escutar o vento, o farfalhar das árvores e algo dentro de mim - escute um som que vem de dentro de você, procure por ele, se aproxime dele até escutar apenas esse som. - Eu podia escutar o som cada vez mais forte. Ele tinha cor. Sentia uma coloração azul saindo do meu peito e das minhas mãos. - Agora sinta que esse som tem cor e está cada vez mais visível. Você consegue sentir essa luz colorida saindo do seu corpo. Respire ela, sinta-a com todas as forças e abra os olhos quando eu avisar - eu podia sentir uma energia saindo das minhas mãos, era quente, úmida, palpável. Meu corpo inteiro formigava, minhas pernas tremiam, mas eu segui firme, pois queria ver onde tudo iria chegar. - Agora!
Abri meus olhos e minhas mãos estavam envoltas numa camada densa de água. O barulho que eu ouvira dentro de mim agora saía das minhas mãos, era da corrente de água. O que eu deveria fazer com aquilo? Me perguntei, espantada. Olhei para uma árvore, e lancei uma das minhas mãos no ar em sua direção, como se pudesse me livrar do que estava explodindo em mim. Uma corrente de água percorria o meu corpo, brotando cada vez mais água. Sentia como se um rio de forte correnteza me atravessasse. Não parava de sair água pelas minhas mãos, tive medo de apontar para outro lugar e machucar Liugh ou a mim mesma, então gritei!
Continua no próximo sábado…
| Miriam Coelho |


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