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Capítulo VII - Novos Rumos
- parte 1
Permaneci alguns instantes olhando para Liugh assimilando o que ele acabara de dizer. Ele já sabia quem eu era?
- Como? - indaguei.
- Eu já sabia. - respondeu, ainda indecifrável em sua expressão serena, era naquele momento que iria me matar? Esperara todo esse tempo até que eu confessasse?
- Desde quando sabe? - perguntei.
- Eu desconfiei desde o nosso primeiro encontro.
- Você lê pensamentos? - indaguei.
- Sim - ele respondeu. Arregalei os olhos. Queria me afundar no chão e desaparecer tentando lembrar de todos os pensamentos caóticos que tivera na frente dele. Surpreendentemente ele riu - Eu não leio pensamentos. Mas a sua reação ao me ver pela primeira vez deixou claro quem você era. Além disso, por qual motivo tantos Magos Bestiais estavam te caçando? Juntei as informações ao perceber que era uma mágica das Águas. Eu pressenti a energia no instante em que te vi.
- E por que não me matou? - falei em voz alta, quase gritando a pergunta.
- Por que eu não quis. - Deu de ombros e caminhou até a mesa repleta de cadernos e livros. - Aqui estão algumas páginas do que escrevi durante meus anos de vida até esse momento. Meu povo é livre! Nos escondemos nesse lugar para nos mantermos a salvo de toda essa guerra criada lá fora. - ele folheou algumas algumas folhas - Aqui estão as minhas pesquisas sobre os Conselheiros Gerais, como sugiram... Se quiser saber de tudo, está aqui. - concluiu. Caminhou até mim, novamente, abriu a porta e concluiu antes de fechá-la - fique a vontade, dormirei em outro lugar. - E saiu sem me dar a chance de alguma pergunta ou resposta.
Suspirei profundamente, como se tivesse prendido o ar todo esse tempo. Ainda estava tentando assimilar o peso que acabara de sair das minhas costas. Então eu nunca fui sua caça? Eu nunca estivera realmente em perigo? Por que não me disse desde o início. Senti uma imensa tontura na cabeça, percebi que iria cair logo, então avancei em direção a cama, a tempo de cair de qualquer jeito sobre ela.
Acordei ainda tonta, recuperando a consciência dos acontecimentos. Não sabia o quanto havia dormido, mas sabia que alguém havia entrado no quarto, pois eu estava deitada na cama de forma confortável e coberta por uma manta. Deduzi que Sole havia entrado no quarto em algum momento.
Assim que recobrei os movimentos completos, lembrei dos papeis. Levantei da cama apressadamente e voei até a mesa. Sentei na cadeira e comecei a ler por cima cada um dos papeis até encontrar algo que me chamasse a atenção. Um texto em especial me fez ler com mais atenção.
Hoje eu briguei com meu pai mais uma vez. Ele acredita que sou muito fraco para substituí-lo um dia. Ainda me culpa pelo desaparecimento da minha irmã. Ela era para ser a líder desde o início, não eu! Sempre foi a mais corajosa e talentosa de nós dois. Me pergunto se algum dia ele irá me perdoar?
Ele tinha uma irmã? Encontrei outra coisa num dos textos pendurados na parede.
Meu pai quer tanto que eu seja como ele! Quer que eu use meus poderes nos prisioneiros monstruosos que captura dos Magos Bestiais. Por que não consigo ser o que ele tanto espera? Eu não quero mais ser como sou e nem quem sou!
***
Meu pai se foi, assim como toda a minha família. Agora estou sozinho e responsável pelo condado inteiro. O mundo me odeia. Meus poderes são assustadores. Tenho a aparência de um verdadeiro vilão. Eu nasci para ser mau. Não bom! Ainda não entendo porque não consigo ser realmente cruel. Poderia abandonar a todos e esquecer desse lugar para sempre. Sei que não sobreviveriam sem o medo que o mundo tem de mim, mas não quero mais viver dentro do que esperam de mim!
***
Ouvi dizer que aquela a quem está no meu destino um dia irá voltar para Naigaron. Não sei como é sua aparência, nem quando voltará, mas estou curioso, por que irei matá-la? Tentará me fazer mal? Irá fazer mal para o meu povo? Se eu matá-la, nosso planeta afundará, então por que os Conselheiros a querem tanto de volta? Só podem estar planejando controlar os Nômades das Águas.
***
São oito membros, cada um pertence a um dos oito condados. São escolhidos os filhos de famílias mortas, os quais ninguém perceberá a sua falta. São selecionados ainda crianças, acompanhados desde o crescimento, até que um dos representantes desse condado morra e o outro substitua. Ninguém acompanha suas vidas particulares, então não os moradores de seus condados não percebem suas ausências. Há pistas de que um dos membros seja um mágico de algum elemento, infiltrado entre os Conselheiros, isso poderá enfraquecer o grupo um dia. Irei usar a meu favor!
Procurei papéis que falassem sobre a minha chegada ao Condado Oculto, porém não encontrei nenhum. Eu não era uma ameaça para ele e tão pouco lhe chamava a atenção. Lembrei o quanto fugira de mim nos primeiros dias e a indignação de ter de me treinar, depois de falarmos com a Grande Fey. Estava terminando de ler quando ouvi uma risada de criança atrás de mim. Reconheci antes de virar para a porta. Era o mesmo menino de outra noite. Estava sorrindo enquanto me olhava ainda em silêncio.
- Você está aí! - disse ele, saltitando de alegria - vem brincar comigo!
Ele saiu novamente do quarto e eu fui atrás. Fizemos o mesmo trajeto até a clareira onde a Grande Fey dormia profundamente, assim como da outra vez.
- Shiiii - ele expressou, levando o dendo nos lábios - precisamos fazer silêncio na floresta, pois existem muitos seres perigosos.
Dessa vez eu intuí que precisava entrar no personagem que ele queria.
- Eu prometo que falarei em voz bem baixinha. - eu disse, sussurrando, enquanto estendia a mão para ele com um largo sorriso no rosto. Ele ficou feliz e pegou na minha mão. Não senti nada físico além de uma leve briza quente.
- Vamos brincar de esconde-conde Liana!
Liana? Aquele era o nome da minha mãe! Quem era o menino que eu estava vendo?
- Ele não irá te dar muitas respostas - disse outra voz. Virei para trás e encontrei-me com os grandes e profundos olhos da Grande Fey nos encarando. O menino se encolheu no chão e começou chorar.
- Eu quero minha irmã! Para onde você a levou? - berrou ele, antes de desaparecer num vento forte que movimentou as árvores ao nosso redor. Ainda era um vento quente.
- Ele não é o que você pensa... - ela disse, ainda me encarando.
- Como sabe o que estou pensando?
- Porque, diferente do Liugh, eu leio seus pensamentos. Essa imagem que a procura diversas vezes é o Liugh, quando ainda era muito pequeno.
- Por que ele me chamou pelo nome da minha mãe?
- Por que conheceu a sua mãe.
Continua no próximo sábado…
| Miriam Coelho |
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