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Capítulo VII - Novos Rumos
- parte 3
Meu coração doeu ao entender como eu havia sido injusta com Liugh todo aquele tempo. Ele nunca quis me matar, pelo contrário, sempre quis me ajudar. Eu sou a filha da mulher que causou a morte da sua irmã e ainda assim ele quis me salvar. Do mesmo modo que o encarei no dia em que o encontrei na biblioteca, permaneci o observando. Aproximei-me com meus passos sorrateiros enquanto analisava seus traços. Seus cabelos continham fios brancos misturados com os fios prateados. Suas roupas eram sempre no mesmo tom, sorri enquanto assimilava isso. Mesmo dormindo, carregava aquele ar arrogante, severo, mas que devia causar muita segurança em seus irmãos de clã. Perguntei-me o que ele me causava exatamente. Sem pensar, afastei um punhado de cabelo do seu rosto para vê-lo melhor e tive uma surpresa, seus olhos estavam abertos e olhando diretamente para mim. Paralisei! Há quanto tempo esteve me observando?

Permanecemos algum tempo parados nos fitando até que eu decidi quebrar aquela cena que me deixava desconfortável.
- Você pode ir dormir no seu quarto, eu voltarei para o meu. - disse, afastando-me envergonhada. Ele endireitou o próprio corpo, suspirando com impaciência e virou o olhar para um canto antes de me responder.
- Não tem mais medo que eu mate você enquanto dorme? - perguntou em tom de sarcasmo.
- Olha, qualquer um pensaria assim se...
- Se visse como eu matei com crueldade aqueles pobres e inocentes
Magos Bestiais! - Me cortou, levantando-se do chão. Juntou os livros e começou a caminhar pelas estantes, guardando um por um com muita habilidade e leveza de movimentos, eu o acompanhei em silêncio, pensando no que poderia dizer para que parássemos com aquela briga tola.
- Será que podemos tentar nos entender? - perguntei, passando por cima de todas o meu orgulho.
- Não precisamos nos entender. Eu posso lutar sozinho daqui para frente, não preciso de você! A
Grande Fey deve se enganar uma vez na vida, não acha?
- Ele respondeu rispidamente. Estava frio em seu olhar, não quis me olhar, enquanto guardava o último livro. Aquelas palavras serviram como facas, destruindo o acordo de paz que eu oferecia. Me senti muito mal comigo mesma, ao mesmo tempo que não queria mais pisar no meu orgulho tentando falar com ele. A raiva e a autodefesa tomaram lugar.
- Se é o que pensa, tudo bem! - falei rispidamente, tentando ser fria também - Eu vou embora do Condado agora mesmo! Eu não preciso mais da sua boa vontade. Adeus!
E virei as costas marchando até a porta, ele permaneceu parado, sem nenhuma reação, diante da estante - pude ver assim que alcancei a porta e virei para trás, na esperança de que tivesse me seguido. Ele não se moveu. Saí da biblioteca mantendo a minha pose firme, porém, assim que fechei a porta atrás de mim e dei meus primeiros passos em direção ao salão principal, algumas lágrimas caíram do meu rosto. Meu coração estava acelerado e minhas pernas caminhavam de forma irregular. O que estava acontecendo dentro de mim? Sequei as lágrimas teimosas, que não paravam de cair dos olhos. Eu agia como se não fosse mais dona do meu corpo, como se assistisse tudo em terceira pessoa. Por que estava tão magoada? Atravessei o salão sem perceber e cheguei ao quarto ainda incomodada. Para onde deveria ir? Arrependia-me das últimas palavras, não estava pronta ainda para ir embora. Por quê? Perguntei-me, enquanto buscava uma roupa que pudesse usar. Não sabia ainda me defender fora do
Condado Oculto e nem tinha certeza da direção a qual seguir. Era desculpa suficiente para não querer ir embora e estar triste daquela forma, concluí.
Tomei um banho, já que estava suja da última aventura e vesti as roupas dos tons do elemento do meu condado. Olhei para tudo do quarto com nostalgia, mas não tinha porque levar alguma coisa comigo, era tudo dele. Suspirei profundamente, se eu prometi, iria ter de cumprir. Meus motivos para ficar não deveriam ser maiores, embora algo dentro de mim me segurasse tanto.
Saí pela porta com meu coração doendo no peito e encontrei Liugh encostado na parede do corredor, apenas olhando para o teto, com olhar perdido. Quando me viu, não se moveu, porém meu corpo gelou por completo.
- Onde pensa que está indo? - Ele perguntou, me encarando de forma profunda. Seus olhos pareciam me atravessar.
- E-estou i-i-indo embora! - Tentei falar com segurança, porém minha voz saiu trêmula, com gaga, as lágrimas ainda insistiam em cair. Limpei o rosto.
- E vai sobreviver quantos segundos lá fora? - ele peguntou, se divertindo ao me ver daquela forma. Senti-me ainda mais infantil com a reação dele. Queria acertar um soco no seu rosto e seguir batendo até descontar toda a minha mágoa. Ele havia dito claramente que não me queria mais por perto. - Pode voltar para o seu quarto e descansar, amanhã continuamos o seu treino - ele disse em um tom estranhamente afetuoso, como se nunca tivesse dito aquelas frases dolorosas da biblioteca.
- ESTÁ PENSANDO QUE PODE FAZER COMIGO O QUE QUISER, QUANDO QUISER E NA HORA QUE QUISER? - vociferei avançando em sua direção. - Você me disse com todas as letras que não precisava mais de mim! Sei que pensa que jamais deveria ter me ajudado! Está pensando que eu sou algum brinquedo? Eu vou embora agora mesmo!
- Laura, não me faça perder a paciência! - ele voltou a sua expressão ameaçadora de sempre.
- Isso mesmo, Laura! Aquela que tu nunca devia ter encontrado! Adeus! - Eu disse, e tentei continuar o caminho. Ele avançou na minha direção para pegar o meu braço, porém, sem querer, segurou a minha mão. No mesmo instante eu paralisei. Senti que ele também paralisou. Meu coração voltou a disparar muito rápido. Voltei a olhar para trás, ele estava visivelmente surpreso por segurar minha mão, assim como eu, porém eu não consegui pensar em soltar. Ele também não se moveu. Naquele instante eu entendi, de vez, os meus sentimentos. Nunca fora raiva ou medo! Eu estava apaixonada por Liugh! Permanecemos alguns instantes olhando para as nossas mãos. O frio do meu corpo se concentrava no meu estômago, porém a sua mão me trazia uma sensação tão boa, tão certa, que eu não conseguia ousar me afastar. Ele foi o primeiro a soltar. Fiquei profundamente atordoada com o que estava sentindo. Será que ele percebera algo?
- Eu peço desculpas... - ele disse, nervoso, procurando um ponto fixo para não olhar diretamente para mim - O que eu disse na biblioteca... - ele pausou, respirou profundamente e voltou a me olhar nos olhos - não era verdade.
Seu olhar me atravessou novamente. Havia algo de errado comigo? Os mesmos olhos que um dia me assustaram, naquele momento me hipnotizavam. Tive vontade de pegar novamente na sua mão, como se houvesse um imã em nós.
- E-eu entendo... - respondi, com a voz falhando.
- Às vezes eu digo coisas que podem machucar... - ele continuou, ainda me olhando - Mas você não precisa entender de forma literal... Nos vemos amanhã! - disse ainda nervoso e passou por mim rapidamente, caminhando em direção ao salão. Fiquei imóvel, observando-o sumir no corredor. Antes de passar pela outra porta, voltou-se para me olhar mais uma vez e desapareceu.
Caminhei manualmente até a minha cama e despejei meu corpo sobre as cobertas. Coloquei a mão sobre o meu peito, que - aos poucos - se acalmava. Eu estava apaixonada pela segunda vez na vida. Lembrei-me de Eduardo, que há muito tempo não me vinha à cabeça. Percebi que seu nome já não tinha nenhum significado. Nosso passado parecia pertencer a outra vida. Sorri, pois jamais acreditei que pudesse lembrar do seu nome e de sua existência sem sentir dor, saudade ou qualquer outra emoção. Eu simplesmente não sentia mais nada. Mas Liugh acabava de firmar-se no meu coração e mente de uma forma difícil de desenraizar. Eu estava perdida!
Continua no próximo sábado…
"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."
SENDO A MAÇÃ DE ALGUNS,
O GIRASSOL DE OUTROS!
O COLETIVE É ELEGANTE!
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1 Comentários
Que bonitinha, amiga. Sua história é muito emocionante. Logo logo, tem um livro pronto ... Ou já está?
ResponderExcluirParabenzaços.
G. G.