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Capítulo VII -  Novos Rumos

- parte 6

Finalmente estava pronta para a reunião na clareira. Zime veio me buscar, como combinamos. Bateu na porta e quando entrou no meu quarto foi logo se jogando na cama para testar o conforto.

- Amiga, você está simples de mais! Pode trocar de roupa, imagino que você tenha algo melhor! - ela disse, erguendo-se da cama e me analisando. Eu estava usando um vestido azul simples, de mangas largas e pontas estampadas. - Precisamos de mais estampas nessa roupa!

Ela abriu meu baú e vasculhou todas as peças que tinham, a maioria eram roupas confortáveis que ganhei de Liugh ou Sole, roupas que outras pessoas não queriam ou não usavam mais. Ela suspirou decepcionada e saiu correndo atirando um “volto logo” antes de fechar a porta. Fiquei estática e confusa, o que ela pretendia fazer? Logo em seguida voltou com uma peça de roupa a qual eu nunca tinha visto antes. Era um longo vestido preto, com estampa pontilhada de branco e dourado, parecendo a noite. Havia uma blusa de manga longa, rendada, para sobrepor o vestido. Era achei realmente lindo, mas fiquei insegura de exagerar para uma simples reunião à noite.

- Minha irmã me deu esse vestido, mas eu tenho muitos outros lindos. Não me custa te dar esse! - ela disse, muito orgulhosa da sua escolha - Agora estaremos igualmente lindas!

Eu me vesti enquanto ela falava sobre quem convidou quem, que omeríamos pães feitos para festividades e beberíamos uma espécie de vinho feito de uma fruta amarela que nascia na floresta das árvores grandes. Tudo já estava organizado, com ajuda dela e das irmãs mais novas. Zime tinha uma família grande, era a quinta filha de oito irmãos. Aprendeu desde cedo a se posicionar, já que eram muitas crianças também solicitando atenção dentro de casa. Sua mãe era uma mágica do vento e seu pai um mágico do fogo. Todos os irmãos nasceram com suas mágicas, exceto o segundo, que desenvolveu seu dom na luta e defesa, ajudando na proteção do povo.


Quando eu estava finalmente pronta, ela me ajudou a arrumar o cabelo e fomos em direção a porta de saída do quarto. Quando abri quase gritei, Liugh estava próximo à soleira, dando a entender que iria bater. Ao me ver, também se surpreendeu, claramente não esperava que eu fosse sair do quarto aquela hora. Ele me olhou dos pés à cabeça, ainda surpreso. Permanecemos alguns segundos em um silêncio constrangedor, encolhi meus ombros e desviei o olhar para os meus pés, até que ele falou.

- Onde vai?

- Nós vamos a uma festa na clareira! - exclamou Zime, pulando atrás de mim e me empurrando para o lado. Saiu pela porta, pegou no meu braço e me puxou para fora do quarto. Fechei a porta com meus movimentos desastrados, pois meu coração estava batendo forte novamente, depois de alguns dias sem vê-lo, me surpreendia o quanto era fácil voltar a sentir o mesmo de sempre. Mas respirei fundo e empurrei meus sentimentos com firmeza para o fundo, precisava reeducar meu coração, olhá-lo como irmão! Seria outro treino.

- Você também vai à festa, Liugh? - indaguei com um sorriso no rosto.

- Não. - ele disse, secamente.

- Então até outro dia! - exclamou Zime, antes de mim - durma cedo!

- Não leia até tarde - eu acrescentei, abanando, enquanto ela me puxava apressadamente pelo corredor. Me perguntei se não forcei de mais com a minha fala final, poderia apenas não ter dito nada.

Corremos até a clareira, onde já haviam muitas pessoas reunidas em volta de uma imensa fogueira, que iluminava todo o espaço. De um lado, se concentrava uma grande variedade de pães e taças de vinho amarelo sobre uma mesa de barro. Algumas pessoas riam e cantavam músicas em alto som, enquanto outras riam, dançavam e conversavam.

- O que será que ele queria comigo naquela hora - indaguei, enquanto bebericava meu vinho ao lado da minha amiga. 

- Te torturar com mais alguma tática de luta ou defesa! - bufou ela - Ah! Como se não bastasse tudo que já fazemos! Ih, Laura, esquece o Liugh, se ele tiver algum assunto importante, irá te procurar amanhã!

Respirei fundo e concordei. Zime me apresentou aos irmãos que eu ainda não conhecia e a outros amigos que fez ainda criança, quando brincava de correr pelo salão principal. Cada um tinha uma ou duas histórias engraçadas para recordar sobre  as maluquices de Zime. Uma vez, ela se escondeu dentro da caixa de frutas recém colhidas, para tentar ser transportada para fora da caverna, porém, acabou sendo levada até a cozinha. Deu um susto em um dos cozinheiros quando este foi cortar as frutas para fazer um bolo. Ela saltou gritando “não sou de comer” de forma tão brusca que a ajudante se assustou achando que era algum invasor de fora do Condado. O  cozinheiro-chefe conseguiu segurá-la antes que fugisse e levá-la até o pai, que a deixou vários dias de castigo sem permissão de sair do quarto.

Durante a noite inteira conversei com várias pessoas novas, porém Digy foi o que mais se interessou por mim. É primo de Zime e um pouco mais velho de idade. Já trabalhava no grupo dos que curam pessoas e me conhecia devido a primeira vez em que estive no salão hospitalar do Condado, logo que cheguei.

- Lembro que você ficava muito nervosa todas as vezes em que olhávamos algum corte profundo! - disse ele sorrindo, enquanto segurava uma taça de vinho em uma mão e mordia um pão com a outra.

- Eu sempre tive medo de que tivessem de me costurar! Não gosto de sentir dor. - eu disse, também alegre por causa do vinho. Já sentia meus movimentos irregulares, porém não conseguia parar de beber, o sabor era doce, suave e refrescante, dando imensa vontade de continuar. segurança, talvez aquela seria a primeira vez que beijaria alguém sem sentir algo profundo. Ele era bonito, tinha os olhos da cor do meu, cabelos castanhos avermelhados e um sorriso contagiante.

- Estou gostando! - exclamei com alegria - nunca tinha participado de uma festa assim e nem tido a liberdade que estou tendo!

- Sério? De onde você veio?

- Do Condado das Águas.

- Incrível! Soube que a garota da Profecia que menciona nosso líder vive lá, você a conheceu?

- A minha vida inteira, eu sou ela!

Ele fez uma cara de surpreso, deixou o pedaço de pão que estava em sua mão cair enquanto me olhava surpreso, quando foi juntar, virou o vinho da taça em si próprio. Depois de um tempo assimilando a informação, finalmente voltou a falar.

- E você não tem medo de que a profecia se realize.

Eu ia responder, porém bebi outro gole, mesmo mal conseguindo ficar em pé, e continuei sorrindo em silêncio, para manter o suspense. Sentia que a qualquer momento poderia cair, porém queria ficar mais tempo em meio a toda aquela alegria. O vinho me fez mais solta, mais alegre, com vontade de conquistar o mundo. Também amortecia meus sentimentos por Liugh, o que estava precisando!

- Você bebeu demais. - disse uma voz grave, segurando meu pulso, quando tentei levar o copo à boca novamente. Virei o rosto para o lado e vi Liugh com seu olhar severo me encarando.

- Estou me divertindo, sou jovem... - eu disse, tentando puxar meu braço sem virar o vinho - você também pode pegar uma taça e se divertir! Talvez perca um pouco dessa cara feia! - disse, tentando me soltar. Porém sua mão parecia ser feita de pedra, pois não tive como me separar.

Digy percebeu a seriedade do seu líder e não discutiu, saiu de perto de nós o mais rápido e sorrateiro que pode. Um covarde! Queria segurá-lo pela gola da camiseta com a outra mão e xingá-lo. Eu sabia que estava exagerando, porém não conseguia travar minhas palavras e ações.

- Vou te levar até o seu quarto! - ele rosnou, me puxando em direção a saída da clareira. Tirou a taça da minha mão com bastante facilidade e seguiu me puxando. Tentei resistir, mas seria pior. Ele parou e me encarou de forma mais severa ainda, fiquei com medo que tentasse me levar a força como fazia nos meus primeiros dias no Condado. Então permiti ser puxada pelo corredor.

Caminhamos em silêncio, ele sempre na frente e eu atrás. O percurso pareceu levar horas, pois não tinha mais noção do tempo. Aproveitei para matar a saudade, o encarei como sempre fazia quando percebia que não estava olhando. Suspirei alegre, pois queria tanto vê-lo, nos últimos dias. Quando ele estava perto de mim, sentia uma alegria indescritível, não era euforia, era algo que me inundava como uma luz, mesmo vinda de um olhar tão sério, com olheiras profundas e uma carranca nos lábios. Seus cabelos continuavam os mesmos de sempre, com mechas cinzas e outras brancas. Sorri com muita alegria, enquanto ele seguia me puxando como se eu fosse sua prisioneira. Por mim, ele poderia me prender para sempre junto dele.

- Do que está rindo? - ele perguntou, sem virar-se.

- Como sabe que estou rindo sem me olhar?

- Simplesmente sei...

- Às vezes sinto que você pode ler meus pensamentos.

- E se eu pudesse? - ele perguntou, parando em frente a porta do meu quarto e olhando fixamente para mim - o que você faria?

- Fugiria! - exclamei, ainda rindo.

- Existe outra solução - ele disse, abrindo a porta do meu quarto e me convidando a entrar - pare de pensar em bobagens e foque apenas no que importa! - minha alegria murchou.

- E o que importa?

- Os nossos planos de destruir o Conselho Geral de Naigaron, é claro... - ele disse, enquanto eu entrava segurando as lágrimas - amanhã eu virei buscá-la!

- Para o quê? - ralhei.

- Tenho de sair do Condado e você virá comigo! Você não participará da avaliação como os demais. Sou eu quem a avalia. Amanhã será o início da nossa missão. Durma bem!

Ele fechou a porta assim que eu entrei, me deixando sozinha novamente. Caminhei, ainda cambaleante até minha cama e deitei com as lágrimas ressurgindo em meu rosto. Mais uma vez a luta começaria. A paz que tive naqueles meses fora apenas férias do que viria logo à frente. Por algum tempo, pensei que teria uma vida mais calma, que a destruição do Conselho aconteceria de forma lenta e gradual, sem intervir na minha vida.

Dormi com as últimas palavras de Liugh “pare de pensar em bobagens e foque no que importa...”, era dos meus sentimentos que ele falava? Estava tão acostumada com a dor que Eduardo me causava, entendi que Liugh agiria da mesma forma. Naquela noite, dormi odiando o amor, odiando o meu coração e jurando que não me permitiria mais olhar para qualquer outro homem com afeto. Seria um gelo! Eu tinha de me fechar novamente! Não conseguia amar quem me amava realmente, então não amaria mais ninguém!


Continua no próximo sábado…


Miriam Coelho

"Quanto mais arte, menos violência. Quanto mais arte, mais consciência, menos ignorância."

COLETIVE ARTS, 07 ANOS DE VIDA,
SENDO A MAÇÃ DE ALGUNS,
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